Avanços na Cirurgia de Hérnias – Junho 2018

Durante a primeira semana de junho fui convidado a participar do HÉRNIA 360 EXPERIENCE:  Um curso intensivo de reconstrução e correção dos defeitos da parede abdominal por cirurgia robótica nos Estados Unidos, mais precisamente no centro de treinamento do  Flórida Hospital,  Nicholson Center , em Celebration  Orlando. E através desse blog gostaria de compartilhar com vocês os avanços alcançados com essa nova tecnologia e ao mesmo tempo responder algumas perguntas que são muito frequentes no consultório a respeito de cirurgia robótica.

Primeiramente, iniciamos o curso com aulas teóricas sobre anatomia e técnicas operatórias com utilização  de diferentes tipos de tela e materiais mais utilizados na atualidade. Constatamos que o robô permite um maior conforto para o paciente e  precisão ao cirurgião, possibilitando o tratamento das hérnias localizadas na parede anterior do abdômen, como as epigástricas, umbilicais e incisionais (que acontecem na cicatriz de cirurgias prévias) além da diástase (separação) dos músculos retos do abdômen.

Além disso, também conhecemos as telas que podem ser colocadas dentro do abdômen  sem trazer problemas para as vísceras internas , as quais até pouco tempo não dispúnhamos.  Logo após, fomos encaminhados à pratica em cadáver com utilização de robôs onde foi possível aplicar toda a teoria aprendida. Isso é de extremo valor para a evolução de qualquer nova tecnologia que se aplica em cirurgia devido a grande responsabilidade que se impõe ao cirurgião e a toda equipe cirúrgica quando se propõe ao paciente uma nova forma de tratamento.

Portanto, acho de suma importância esclarecer algumas das principais dúvidas que os pacientes têm a esse respeito.

A primeira delas, é:  o robô é autônomo,   é ele quem faz a cirurgia? Naturalmente não, mas a dúvida é justificada, já que por informação principalmente através de filmes, os robôs têm vida própria. No caso do robô utilizado em cirurgia, não. Os braços robóticos são apenas a extensão dos braços do cirurgião que os comanda, ou seja, se o cirurgião não estiver presente, o robô passa a ser uma máquina sem qualquer valor. O que traz de beneficio para o paciente é a sua precisão de movimentos quando comandados pelo cirurgião. E muito mais; a dissecção fina dos tecidos,  transforma a cirurgia muito menos traumática ou menos invasiva que a cirurgia convencional.

Outra dúvida muito comum, é:  toda cirurgia é feita por robô? Teoricamente todas as cirurgias podem ser realizadas com a tecnologia robótica, todavia somente a avaliação correta do cirurgião poderá decidir com o paciente seu real benefício dependendo do tipo da doença a ser tratada. No caso das hérnias, é necessário considerar um composto de fatores, tais como: o tamanho da hérnia em questão, a localização, a condição clínica do paciente e  cirurgias anteriores.

Espero sempre poder dividir com vocês, minhas atualizações de conhecimento junto ao avanço da ciência nesta área específica.

mecânica da cirurgia feita pelo robô através das mãos do cirurgião
mecânica da cirurgia feita pelo robô através das mãos do cirurgião

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