As hérnias do esporte, são as hérnias inguinais, que acometem os atletas que participam de atividades físicas de alto nível de impacto, como as que exigem chutes e giros abruptos como o futebol, tênis e o hockey no gelo. Sua incidência é maior nos atletas do sexo masculino em sua terceira década de vida.
A CAUSA
A história natural é de uma dor na virilha insidiosa, crônica, que pode irradiar para a região do períneo, coxa e bolsa escrotal, relacionada com a atividade física. Devido ao excesso e repetidos movimentos de rotação e chutes praticados por esportistas, ocorre uma força de deslocamento, em direção opostas, nas estruturas da parede abdominal, virilha, tendões e ossos do quadril. Isso leva a um enfraquecimento da parede que separa a cavidade abdominal da região da virilha e o alargamento de um orifício fisiológico que comunica estruturas da primeira com a ultima, ocasionado o aparecimento da hérnia. Esse mecanismo que cria a hérnia do esporte é o mesmo causador de outras patologias como a inflamação crônica do púbis e tendinite dos músculos adutores.
O DIAGNÓSTICO
A hérnia do esporte pode acompanhar as doenças anteriormente citadas, dificultando dessa forma, o seu diagnóstico. É importante lembrar também, que outras patologias não músculo-esqueléticas como a artrite reumatoide, podem cursar com esses sintomas. A anamnese detalhada e o exame físico são fundamentais para o diagnostico. Exames laboratoriais e de imagem como a ultrassonografia, tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética, auxiliam na exclusão das outras patologias. Assim, o diagnóstico da hérnia do esporte, é em muita das vezes, considerando como sendo o de exclusão.
O TRATAMENTO
Ao contrário de outros tipos de hernias, o tratamento pode ser conservador com analgésicos, anti- inflamatórios, gelo/calor e exercícios para fortalecer os músculos abdominais e da pelve; porém essas medidas apresentam um baixo índice de sucesso. O tratamento definitivo, e muitas vezes, o próprio diagnóstico, são obtidos através da cirurgia. Esta, poderá ser realizada pela tecnologia robótica, videolaparoscopica ou a cirurgias aberta convencional com a utilização de telas ou não. A melhor abordagem deve ser decidida pelo médico cirurgião e deve variar, se adequando ao caso de cada paciente.