Os Riscos dos Fumantes nas Cirurgias de Hérnia

Não é de hoje que a medicina vem estudando os efeitos nocivos do tabaco no organismo humano. Sabemos que a concentração de nicotina e outros produtos tóxicos derivados da queima do fumo, quando inaladas, atingem a corrente sanguínea através dos pulmões e interferem diretamente na atividade celular, levando a sua desorganização e consequente aparecimento do que conhecemos hoje como câncer. O que se acreditava que estava apenas ligada aos tumores malignos do pulmão, hoje sabemos que favorece o aparecimento de outros, como o de pâncreas e bexiga. É importante que saibamos que o simples fato de fumar sem tragar ou o mascar do fumo, também há uma absorção da nicotina e outros, através da mucosa bucal (tecido que reveste a boca por dentro).

Recentemente baseado no conhecimento de lesões a nível celular provocadas pelo tabaco, um estudo realizado pelo Colégio Americano de Cirurgiões, comprovou um maior risco de infecção nos pacientes fumantes, após trinta dias de realização da cirurgia das hérnias.

O estudo teve como objetivo, comprovar que mesmo as cirurgias consideradas de baixo risco como as das hérnias abdominais, os pacientes não estão isentos dos riscos associados ao tabagismo: Os pesquisadores consideraram uma amostra de 220 mil pacientes do banco de dados do Projeto de Melhoria da Qualidade Cirúrgica do Colégio Americano de Cirurgiões (NSQIP) que foram submetidos a diferentes tipos de correção cirúrgica eletiva das hérnias, entre os anos de 2011 a 2014. Os doutores responsáveis tinham como foco as complicações graves que ocorriam trinta dias após o ato cirúrgico.

Eles constataram que as mesmas ocorreram em 6,34% contra 4,72% dos não fumantes. Mesmo com o ajuste das estatísticas, onde foram considerados outros fatores que pudessem interferir nos resultados, como etnia, índice de massa corpórea (IMC), histórico clínico dos pacientes e o tipo operação de hérnia realizado, os riscos de morte, necessidade de nova operação e ou internação, complicação da ferida operatória, infecção generalizada (sepse), problemas cardíacos e pulmonares, permaneceram altos nos fumantes ao contrário dos não fumantes.

O estudo comprova a preocupação de muitos cirurgiões quando são taxativos ao exigir ao paciente fumante, o corte do fumo, pelo menos três meses antes de qualquer tipo de cirurgia, não só das hérnias. Junto à exigência, como forma de comprovação, também é dosado o índice de nicotina no sangue no pré-operatório. Em casos, em que o paciente tenha mentida, a cirurgia não é realizada.

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